18 de Maio de 2015

Homilia – Ascensão do Senhor – ( At 1,1-11; Ef 1,17-23; Mc 16,15-20 )

Celebramos a Solenidade da Ascensão do Senhor, isto é, a ida de Jesus para o céu, a sua elevação para junto do Pai. A partir de agora, experimentaremos uma nova realidade da sua presença entre nós e, como os apóstolos, devemos prosseguir na condição de missionários, testemunhando a fé no ressuscitado e anunciando a Boa Nova do Evangelho.

A celebração da Ascensão não é uma espécie de recordação da despedida de Jesus, mas a oportunidade para uma tomada de consciência da continuidade e presença de Cristo no meio da comunidade, da nossa missão de evangelizar.

Estamos iniciando a semana de oração pela unidade dos cristãos com o objetivo de ajudar as pessoas e comunidades a perceber a dimensão dialogal do projeto de Jesus que chamamos de Reino de Deus.

O tema “Dá-me de beber!” (Jo 4,7) e o subsídio que será usado para a realização dos encontros e dos momentos de oração, este ano, foi preparado pelas Igrejas cristãs que estão vinculadas ao Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (CONIC): Igreja Católica Romana, Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil, Igreja Episcopal Anglicana do Brasil, Igreja Presbiteriana Unida e Igreja Ortodoxa Síria de Antioquia.

O CONIC tem como missão trabalhar pela unidade das Igrejas cristãs, combatendo a intolerância religiosa e motivando o diálogo entre as Igrejas e outras religiões como forma de reduzir o impacto do fundamentalismo religioso. Então, nesta semana que atercede a solenidade de pentecostes, devemos rezar nesta intenção.

Hoje também comemoramos o Dia Mundial das Comunicações Sociais, que a cada ano o Santo Padre escreve uma mensagem destacando algo de importante neste campo tão vasto, tão exigente de respostas e de ações correspondentes aos desafios constatados, ressalta a importância da família como lugar privilegiado para o aprendizado e o exercício da comunicação, fazendo uma meditação sobre a passagem bíblica da visita de Maria a Isabel na perspectiva da comunicação estabelecida entre as duas mulheres e o menino Jesus que estava sendo gerado no ventre de Maria.

Na referida meditação, mostra-nos que a comunicação enquanto diálogo se desenvolve “com a linguagem do corpo”, destacando que “o ventre, que nos abriga, é a primeira escola de comunicação” e evidencia “a experiência do vínculo que nos ‘precede’ fazendo com que a família seja também o contexto onde se transmite aquela forma fundamental de comunicação que é a oração”; que na família a comunicação deve ser compreendida como um meio de “descoberta e construção de proximidade”, apresentando a família como “escola de perdão”, “escola de comunicação feita de bênção”, “comunidade comunicadora”, “uma comunidade que sabe acompanhar, festejar e frutificar”. Convidando-nos a reconhecer que “A família mais bela, protagonista e não problema, aquela que, partindo do testemunho, sabe comunicar a beleza e a riqueza do relacionamento entre o homem e a mulher, entre pais e filhos”.

Iluminados pelas palavras do santo padre, somos alertados de que “às vezes, os meios de comunicação social tendem a apresentar a família como se fosse um modelo abstrato que se há de aceitar ou rejeitar, defender ou atacar, em vez de uma realidade concreta que se há de viver; ou como se fosse uma ideologia de alguém contra outro, em vez de ser o lugar onde todos nós aprendemos o que significa comunicar no amor recebido e dado”.

Fazendo uma reflexão sobre a mensagem que Deus hoje nos dirige, nós tomamos consciência que a cada ano, quando celebramos a solenidade da Ascensão, somos motivados a continuar com novo ardor e alegria a missão de anunciar a Boa Nova do Evangelho, como nos lembra Jesus, dizendo: “Ide pelo mundo inteiro e anunciai o evangelho a toda criatura.” Renovamos o nosso compromisso de batizados, de missionários (as), de comunicadores daquilo que Jesus anunciou, daquilo que a Igreja defende e ensina. E, neste ano, somos convocados a anunciar, comunicar e defender a família como ambiente privilegiado do encontro, da experiência da comunicação na gratuidade do amor.

A ascensão não oficializa o afastamento de Jesus, ela nos possibilita experimentar sua presença no anúncio e no testemunho dos seus discípulos e discípulas, na vida e atuação da comunidade cristã, na escuta da Palavra de Deus, renovando, neste dia, o compromisso de assumir o nosso batismo, reconhecendo-nos membros da comunidade eclesial, a família do Pai misericordioso, que deve tornar-se mais acolhedora para com todos sem excluir ninguém.

Atendendo o apelo de Jesus e o convite do Papa Francisco, vamos renovar hoje o nosso compromisso e o nosso entusiasmo para Evangelizar onde ainda a Igreja não conseguiu chegar ou alcançar. O compromisso de anunciar “uma boa-nova de que outra sociedade é possível, construída por laços de amor e de gratuidade entre esposos, entre pais e filhos, entre irmãos e irmãs”. Vamos assimilar o entendimento de que a família cristã é missionária com a tarefa de anunciar, de comunicar à sociedade e ao mundo o amor e a misericórdia de Deus. Amém!



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