20 de Abril de 2015

Homilía – 3º Domingo da Páscoa – (At 3,13-15.17-19; 1Jo 2,1-5; Lc 24,35-48)

Celebramos hoje o 3º Domingo da Páscoa e somos privilegiados por poder continuar cultivando a alegria da ressurreição de Cristo, motivados pelo testemunho dos Apóstolos que viram Jesus depois de ressuscitado.

O testemunho daqueles que tiveram a coragem de assumir a missão que lhes foi confiada, de motivar a reflexão sobre a necessidade de se fazer a experiência do arrependimento e da conversão dos pecados para poder encontrar Jesus, segui-Lo e tornar-se discípulo ou discípula do Mestre.

Na primeira leitura que ouvimos dos atos dos Apóstolos,
Pedro, dirigindo-se aos israelitas, recorda os dramáticos acontecimentos da crucificação de Jesus, explicando-os como o resultado da rejeição da proposta salvadora de Deus por parte deles, culminou com a morte do autor da vida e ao mesmo tempo favoreceu a todos os homens e mulheres a graça da salvação. Interpreta tais procedimentos como consequência da ignorância, convidando-os a reconhecer o referido pecado, arrependendo-se para obter a graça do perdão.

O testemunho de Pedro também nos motiva a fazermos uma avaliação, um questionamento; a perguntarmos a nós mesmos se somos convictos quanto à continuação da presença de Jesus ressuscitado entre nós e sobre a necessidade e as possibilidades de poder encontrá-Lo para que possamos experimentar a paz que só Ele pode nos conceder.

Com a sua catequese, Lucas, o autor dos Atos dos Apóstolos, procura mostrar como os primeiros discípulos fizeram a referida experiência, mostra-nos que não se faz o caminho do seguimento, através de deduções lógicas ou através de construções de caráter intelectual. Na verdade, para chegar ao encontro com o Senhor Ressuscitado é necessário viver o engajamento na comunidade, fazer o exercício do diálogo com os irmãos que partilham a mesma fé; é necessária a escuta comunitária da Palavra de Deus, o amor partilhado em gestos de fraternidade, caridade e de serviço.  É nesse "caminho" que podemos encontrar o Cristo vivo, atuante, presente na nossa vida e na vida do mundo.

Não tenhamos dúvida de que Cristo continua presente no meio da sua comunidade eclesial em todos os momentos, inclusive, quando se reúne para escutar a Palavra. Ele está presente e inspira aos seus discípulos transmitirem a mensagem necessária e oportuna para tocar os corações e favorecer a conversão.

Lucas garante-nos que o Ressuscitado continua a "sentar-se à mesa" com os seus discípulos, a estabelecer laços com eles, a partilhar as suas inquietações, anseios, dificuldades e esperanças e sempre está solidário com a sua comunidade. Podemos descobrir este Jesus ressuscitado que se senta à mesa com os homens e as mulheres sempre que a comunidade se reúne à mesa da Eucaristia para partilhar esse pão que Jesus deixou e que nos faz tomar consciência da nossa comunhão com Ele e com os irmãos. 

Jesus lembra aos discípulos que eles são “as testemunhas de todas estas coisas" e nós, que acreditamos nos seus testemunhos, devemos, com o exemplo da nossa vida, com a alegria, expressar o contentamento da experiência do encontro com Ele.

Neste domingo, somos convocados a seguir Jesus Ressuscitado que nos garante a graça do perdão, que nos convida a conversão e garante ser nosso defensor junto do Pai e também somos solicitados, por Jesus, para guardar e praticar os mandamentos de Deus como condição para reconhecê-Lo nosso Pai. Quem não assim o fizer é mentiroso.

Sejamos obedientes e façamos aquilo que o Senhor nos pede, a fim de que possamos experimentar e transmitir a sua paz.



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