24 de Novembro de 2014

Homilia – Solenidade de Cristo Rei – 20.11.14 (Ez 34,11-12.15-17)

Neste domingo, encerramos o Ano Litúrgico, denominado ano A, com a leitura do Evangelho de Mateus, por isso queremos agradecer a Deus pela caminhada que fizemos, com a ajuda deste evangelista a reconhecer que Jesus está no meio de nós, motivados a encontrá-Lo e segui-Lo, reconhecendo-O Mestre da Justiça. Queremos agradecer por termos tido a oportunidade de celebrar e vivenciar mais uma vez a vida de Cristo, desde a sua Encarnação no seio da Virgem Maria, passando pelo seu Nascimento, Paixão, Morte, Ressurreição até a sua Ascensão e a vinda do Espírito Santo. Além das comemorações e festas vividas no dia-a-dia de nossas vidas, os acontecimentos principais da história da salvação, a memória dos santos e das santas que nos anima a cultivar a mística da santidade com os exemplos de suas vidas.

Aqui, do alto da Colina Sagrada, agradecidos, queremos professar publicamente que Jesus, o Senhor do Bonfim, é o nosso único Rei e Salvador; é o nosso guia, é o farol que ilumina os quatro cantos desta cidade, distribuindo a luz divina que mostra o caminho do céu e nos convence de repetir com o salmista: “Não a nós, Senhor, não a nós, mas a teu nome seja dada toda glória e todo louvor (Sl 115,1).” Aqui, diante deste madeiro da cruz, prometemos tudo fazer para a honra e glória do nome de Jesus.

Hoje a Palavra de Deus que foi proclamada ajuda-nos a entender que o nosso Deus é Rei e Pastor.  Na primeira leitura, escutamos com satisfação, contentamento e gratidão às palavras escritas saídas de seus lábios:

“Eu mesmo vou procurar minhas ovelhas e tomar conta delas... vou cuidar de minhas ovelhas e vou resgatá-las de todos os lugares em que foram dispersadas num dia de nuvens e escuridão. Eu mesmo vou apascentar as minhas ovelhas e fazê-las repousar. Vou procurar a ovelha perdida, reconduzir a extraviada, enfaixar a da perna quebrada, fortalecer a doente e vigiar a ovelha gorda e forte. Vou apascentá-las conforme o direito”.

Meditando sobre tais afirmações carregadas de amor, cuidado e zelo, nós nos sentimos confortados, pois quando nos encontramos numa destas situações, sabemos que somos procurados, buscados, velados, cuidados, vigiados, reconduzidos, protegidos, carregados nos braços de Deus.

No Evangelho, escutamos o relato denominado de “juízo final” e Jesus agindo como pastor julga o procedimento dos seres humanos, tendo como critério a justiça, a misericórdia e a compaixão.  Ele separará os maus dos bons, os justos dos injustos, os abençoados dos amaldiçoados e o grande critério para seu julgamento é o amor para com os necessitados, os quais também cada um de nós deve procurar servir e reconhecê-Lo em cada um.

Aqui um ensinamento muito profundo que nos ajudará a tomar consciência de que aquilo que fazemos pelo próximo, isto é, pelos que têm fome, pelos que sentem sede, pelo estrangeiro, pelos descamisados, pelos doentes, pelos presidiários e por qualquer pessoa necessitada de algum tipo de ajuda ou apoio, é ao próprio Cristo que fazemos.  É esta convicção que motivou e continua motivando a Igreja e cada cristão a ir ao encontro de todo aquele que sofre, que padece tribulações ou vive alguma realidade de “periferia existencial”, para levar a ele o alento, o alimento e principalmente a Boa Nova do Evangelho, levar Cristo Jesus.

São Paulo, na segunda leitura, reforça o senhorio de Jesus afirmando: Ele impera sobre todas as forças hostis, sobre todo mal. Ele venceu também a morte. Portanto, neste dia de Cristo Rei, celebramos a vitória da verdade, da justiça, do amor e da paz. Celebramos a vitória da vida em plenitude, da vida sobre a morte.

Hoje também celebramos o dia do Leigo, isto é, daqueles homens e mulheres que prestam relevantes serviços e com fidelidade testemunham a fé recebida no dia do batismo. Somos gratos pelos inúmeros serviços prestados tornando a Igreja presente no coração do mundo e o mundo presente no coração da Igreja (cf Pb 787). Que cada um receba de Deus a recompensa e possa continuar trabalhando numa perspectiva de servir sempre com alegria e para a glória de Deus.

Nós agradecemos por termos tido a oportunidade de trabalhar na messe do Senhor, na condição de discípulos e missionários do Mestre da justiça que revela características de um Deus tão próximo, tão humano e tão divino. Um Deus que cuida de cada um de nós com gestos, atitudes e carinho maternais.

De modo particular, agradeço pelo meu chamado. Apesar das minhas limitações, ele quis precisar de minha colaboração na condição de sacerdote. Venho procurando ser fiel e perseverante, esforçando-me para proceder e agir conforme as atitudes de um verdadeiro pastor. Peço, neste dia (quando completa 29 anos da minha ordenação sacerdotal), a graça da disponibilidade, a fim de que eu possa externar sentimentos de paternidade, de bondade e de misericórdia. Que através do exercício do meu ministério, muitos sejam resgatados e apascentados, encontrando Cristo Jesus, o amado Senhor do Bonfim, caminho, verdade e vida.



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