08 de Julho de 2017

Órgão de Tubos da Basílica do Bonfim é reinaugurado após passar por restauração

Instrumento voltou a tocar na noite deste sábado (08) após 70 anos em silêncio


Após 70 anos em silêncio, o Órgão de Tubos de fabricação francesa do século XIX da Basílica Santuário do Senhor do Bonfim voltou a tocar na noite deste sábado (08) em uma cerimônia que reuniu centenas de fiéis. A peça célebre escolhida para o momento que marcou a reinauguração do instrumento de 430 cm de altura e 224 cm de largura doado em 1854 por Feliciana Maria de Britto Lopes Alves foi o Hino ao Senhor do Bonfim, tocado pelo Maestro e Organista da Basílica, Francisco Rufino, ao passo em que a imagem peregrina do Senhor do Bonfim era conduzida até o altar sob aplausos.

Uma Missa presidida por Dom Gilson Andrade da Silva, Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Salvador, antecedeu a reapresentação do instrumento e contou com a presença dos irmãos da Devoção do Senhor do Bonfim. 

Durante a homilia, Dom Gilson destacou que a Palavra de hoje ajuda a perceber como Deus é capaz de vencer através de realidades pequenas e humildes. "Jesus hoje no Evangelho se rejubila de alegria, mesmo passando por momentos de dificuldade. Se acompanhássemos trechos anteriores do Evangelho vamos perceber que Ele era perseguido, enfrentou grandes embates com os fariseus e de repente o Pai faz ver que Ele revela os segredos do Reino aos humildes.

Segundo Dom Gilson, Jesus conta que se cada um não se tornar como uma criança não pode entrar no Reino dos céus. "Cada vez que adentramos nessa Basílica temos a alegria de nos sentir uma criança, alguém que depende exclusivamente do amor de Deus manifestado na cruz do Seu Filho Jesus, que é o grande sinal dessa Basílica. Aqui nos colocamos nas mãos de Deus porque Ele gosta dos pequeninos. Ele escolheu os íntimos e é preciso que façamos esse caminho. Quem vence as grandes batalhas, segundo o Evangelho de hoje, são os pequenos, os desarmados, as crianças".    

Após a Celebração Eucarística foi realizada a solenidade de reinauguração do órgão. O Juiz da Devoção do Senhor do Bonfim, Francisco José Pitanga Bastos, lembrou que a Basílica, nestes 263 anos, tornou-se no decorrer dos tempos tão conhecida como centro religioso e de romaria quanto polo produtor e difusor da cultura artística. "O acervo riquíssimo e absolutamente singular, assim, documenta duas vertentes complementares: a religiosidade local embasada no culto ao Senhor do Bonfim e a evolução das artes, especialmente no que se refere às artes plásticas. No Bonfim há muito para ser mostrado, relíquias e peças de valor. Entre elas o nosso Órgão de Tubos, que hoje a Devoção apresenta ao povo baiano totalmente restaurado".

Dom Gilson, que abençoou a peça musical, falou da alegria e do prestígio desse momento histórico. "Estamos na Colina Sagrada, próximos ao Senhor do Bonfim, e queremos confiar a Ele nossas intenções e também nossa gratidão, pelos benefícios que o Senhor nos concede. Pelo grande benefício que essa Igreja também recebe de volta, que é o Órgão de Tubos, e a partir de hoje nos ajudará a elevar a mente e o coração a Deus em nossas liturgias. Hoje estamos tendo a alegria de abençoar esse órgão".

"O Concílio Vaticano Segundo fez questão de dizer que o Órgão de Tubos é o instrumento por excelência da liturgia porque consegue embelezá-la como nenhum outro e ajuda as nossas almas a se aproximarem mais de Deus, através da música sacra", relembrou o Bispo Auxiliar, que também frisou ser um grande valor para a Cidade.

Foi uma noite muito especial, que marcou a reintegração do órgão ao acervo do patrimônio histórico e cultural da Bahia e do Brasil e é a mais nova atração para o turismo religioso na Basílica do Bonfim. Introduzido no Brasil durante a ação missionária dos padres franciscanos que estavam na esquadra de Cabral em 1500, a peça tem o som produzido pela passagem do ar através dos tubos de metal e madeira e foi muito usado durante séculos na liturgia católica. 

A reinauguração do órgão de 290 tubos faz parte das comemorações dos 263 anos da Basílica do Bonfim, ocorrido no dia 24 de junho. O processo de restauração foi conduzido por Daniel Rigatto desde dezembro de 2015 e foi uma iniciativa do Reitor da Basílica, Padre Edson Menezes da Silva, e do ex-Juiz da Devoção do Senhor do Bonfim, Artur Napoleão de Carneiro Rêgo, concluída agora pelo atual Juiz, Francisco José Pitanga Bastos.     




Crédito: Anna Carolina Lima/Amex


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