09 de Novembro de 2018

5º dia da Semana Preparatória da Festa de Nossa Senhora da Guia

A Igreja deve aprender a ser como Maria, companheira, como aquela que cooperou com a obra da Redenção


Maria, modelo e figura da Igreja

"OPapa Bento XVI disse uma certa vez  que o Cristianismo "não é uma soma de ideias, uma filosofia, uma teoria. E sim, um modo de viver”. Portanto, é uma religião que valoriza o testemunho, a vivencia, o exemplo de cada pessoa.

O cristianismo não nasceu de uma bela ideia ou de um programa ético, mas de um acontecimento, ou seja, de um encontro com uma pessoa: Jesus de Nazaré.

Ele é a nossa referência principal. E a Virgem Maria, a pessoa que viveu de modo mais fiel o seu exemplo de vida, os seus ensinamentos. Logo, ela é um exemplo de discípula, de verdadeira cristã. Modelo de discípula, de fé, de seguidora de Jesus e também, figura e modelo da Igreja.

Assim sendo, a Igreja enquanto instituição divina deve procurar cultivar as características da Virgem Santíssima. Por exemplo: Sendo servidora, como Maria. “Eis aqui a Serva do Senhor, faça-se em mim segundo a vossa Palavra”, disse Maria ao anjo, conforme nos conta São Lucas em seu Evangelho. Ao se colocar a serviço sem reservas, Maria sabe da responsabilidade que assume. Deixa de olhar somente para si e para os próprios interesses e contempla um horizonte bem mais amplo, um projeto amoroso e abrangente de salvação. Assim deve proceder a Igreja. E nós enquanto membros da Igreja viva devemos ser servidores na messe do Senhor.

A Igreja deve aprender a ser como Maria, companheira, como aquela que cooperou com a obra da Redenção. Companheira, colocando-se próxima das pessoas, acompanhando os acontecimentos da vida do povo, procurando atender suas carências e seus sofrimentos. Uma Igreja Pastora.

O Papa Francisco afirma: Como Maria, “a Igreja é feminina”, “é mãe” e quando falta esta identidade ela se torna “uma associação beneficente ou como um time de futebol”; uma Igreja incapaz de fecundidade.

Nos Evangelhos, Maria sempre é indicada como “Mãe de Jesus”, não “a Senhora” ou “a viúva de José”: a sua maternidade percorre toda a Sagrada Escritura, desde a Anunciação até o fim.

A Igreja deve cultivar a ternura de uma mãe. Uma das virtudes que mais distingue uma mulher, observa o Papa Francisco, é a ternura, como Maria que “deu à luz seu filho primogênito, o enfaixou e o colocou numa manjedoura”: deve cuidar, com mansidão e humildade são as qualidades fortes das mães”.

“Uma Igreja que é mãe segue o caminho da ternura. Conhece a linguagem da sabedoria do carinho, do silêncio, do olhar cheio de compaixão, que tem gosto de silêncio. E, também, uma alma, uma pessoa que vive essa pertença à Igreja, sabendo que também é mãe, deve seguir o mesmo caminho: uma pessoa afável, terna, sorridente e cheia de amor”.

O Papa ainda destaca três aspectos de Nossa Senhora, como figura e modelo da Igreja: Maria como “modelo de fé”, “modelo de caridade” e “modelo de união com Cristo”.

Maria sendo apresentada como modelo de fé, tem como centro de sua vida Cristo, o filho amado de Deus Pai [...]. Assim também, Cristo deve ser o centro da Igreja.

O segundo aspecto é apresentado na vida de Maria: “Maria, modelo de Caridade”. Pensemos à sua disponibilidade na visita à sua prima Santa Isabel: ela levava em seio o Filho de Deus. A Igreja precisa ir ao encontro de quem necessita da sua atenção, da sua caridade.

O terceiro aspecto sobre Maria: “modelo de união com Cristo”. Maria nos ensina a estarmos sempre unidos a Jesus! Ela sempre foi uma mulher comum no meio do seu povo: rezava, trabalhava, ia à sinagoga. Porém, toda a sua ação era realizada sempre em união perfeita com Jesus. Assim a Igreja deve está voltada para Jesus, procurando continuar com fidelidade a sua missão. Quem é Igreja? Quem deve proceder assim? Nós. Cada um de nós."

 

Padre Edson Menezes

Reitor da Basílica Santuário do Senhor do Bonfim




Crédito: Jéssica Bahia/Amex


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