Hoje, dia 18/04, estamos celebrando a memória dos 275 anos da chegada da imagem do Senhor do Bonfim a Salvador. Era um Domingo de Páscoa e o capitão de mar e guerra, Theodosio Rodrigues de Farias, colocou na Igreja de Nossa Senhora da Penha, aqui bem próximo, no Bairro da Ribeira, o maior e mais valioso presente que a Bahia e o Brasil já receberam de Portugal, proveniente da Cidade de Setúbal.
Lá, na igreja de Nossa Senhora da Penha, a imagem permaneceu durante 9 anos. E, no dia 24 de junho de 1754, a veneranda imagem do Senhor do Bonfim foi entronizada nesta atual Basílica, que se tornou um dos pontos turísticos mais visitados da Cidade do Salvador, referência da fé católica para os baianos e brasileiros, maior centro de manifestação da piedade popular, Santuário que atrai peregrinos do mundo inteiro.
Portanto, queremos festejar, neste dia, embora de maneira tão reservada e tímida, devido às circunstâncias da pandemia e do distanciamento social, este significativo e importante acontecimento. Esperamos que no dia 22 de novembro, Solenidade de Cristo Rei, possamos de modo festivo e com a magnitude merecida, realizar o encerramento do Ano Jubilar.
Com seus braços abertos, o crucificado tornou-se símbolo da acolhida e da convivência pacífica com o diferente; ícone da misericórdia, da compaixão, da comunhão solidária e fraterna; sinal de conforto, de ânimo, de esperança e de vitória; referência da graça divina, da expressão de concórdia, do apelo à justiça, do valor da verdade, da segurança e confiança nos momentos difíceis, da devoção de um povo que cultiva e preserva o patrimônio da sua fé.
A devoção ao Senhor do Bonfim, padroeiro dos corações dos baianos, é um dos maiores patrimônios da nossa religiosidade, da nossa cultura, da nossa história.
Seja qual for a necessidade, o desejo a ser conquistado, o desafio a ser enfrentado, a cura ou o pedido a ser alcançado, o objeto a ser encontrado, a causa a ser ganha, a dificuldade a ser superada, o anseio dos mais ingênuos ao mais complexo, aprendemos a recorrer à proteção do Senhor do Bonfim.
Aprendemos, acreditamos e professamos que ele é o nosso eterno fanal ou farol, o nosso guia, a eterna sentinela avançada, a guarda imortal e a alma em festa da Bahia.
Hoje, queremos renovar o compromisso de nossa devoção e de nossa veneração a vossa sagrada imagem, como prometemos durante o ano inteiro, rezando a oração do Ano Jubilar. Seguiremos cantando e suplicando: guarda-nos sob a sombra do madeiro da vossa cruz, desce do teu altar e com seus sagrados braços abertos vem guiar nossos passos neste tempo de pandemia e de distanciamento social, concedendo-nos a vossa proteção contra este flagelo universal, o fim deste exílio domiciliar e a vitória da ciência contra este vírus feroz.
Amado Jesus Senhor do Bonfim, socorre e cura os que já foram contaminados, concede paz e tranquilidade às suas famílias e o fim desta situação de penúria e de tantas incertezas.
Breve, muito em breve, esta Basílica reabrirá suas portas e, como sempre acontece, ficará superlotada para que nós possamos festejar o fim desta pandemia e do isolamento social, possamos festejar o fracasso, a derrota deste maldito vírus e cantar com fervor, devoção e gratidão: Glória a Ti neste dia de glória.
Pe. Edson Menezes da Silva
Reitor da Basílica Santuário do Senhor do Bonfim
Salvador - Bahia
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