Por Luanne Ribeiro
Na última sexta-feira (13/05), durante o período da manhã, a Basílica Santuário Senhor do Bonfim recebeu membros de religiões de matrizes africanas durante a realização das Celebrações Eucarísticas matutinas. Os visitantes foram acolhidos pelo reitor, o padre Edson Menezes, mediante uma conversa cordial.
Na oportunidade, padre Edson Menezes destacou que durante as Celebrações Eucarísticas não pôde deixar de perceber a concentração e o distinto comportamento dos visitantes. “O respeito deles é admirável, o modo como eles participam da celebração, revela muita concentração. É admirável o comportamento dos membros das religiões de matrizes africanas”.
Para o Candomblé, o Senhor do Bonfim é Oxalá. | Foto: Luanne Ribeiro
Por conseguinte, o reitor da Basílica Santuário também expressou que apesar das diversidades e singularidades de cada um, é necessário o entendimento de que as intolerâncias e preconceitos devem ser combatidos.
“É preciso combater a intolerância religiosa e todo tipo de preconceito, superar as resistências que criamos devido a nossa própria cultura e história. Cada um de nós precisa entender que somos iguais. Nós somos irmãos”.
Durante a Santa Missa das 11h foi recordado os 133 anos da Abolição da Escravatura do Brasil a partir da assinatura da Lei Áurea, na qual foi determinada o fim da escravidão no país. Neste sentido, padre Edson relatou que a memória desta data é uma oportunidade de pedir perdão pelos pecados cometidos e a morte de tantas pessoas inocentes.
“Com um sentimento de reparação por tudo aquilo que aconteceu com os nossos irmãos da nossa raça negra, essa é uma oportunidade de pedir perdão por tantas atrocidades, pecados cometidos e mortes de irmãos inocentes que passaram por verdadeiras torturas. Nós precisamos pedir perdão a Deus e combater os tipos de escravidões que continuam até hoje, reconhecendo que toda pessoa humana é livre e tem a sua dignidade de filho e filha de Deus”.
Deste modo, a abertura de um templo para o acolhimento de pessoas que seguem uma outra denominação religiosa é a compreensão da Declaração Universal dos Direitos Humanos mediante o artigo 18: “Todo homem tem direito à liberdade de pensamento, consciência e religião”.
Neste sentido, o reitor da Basílica Santuário do Bonfim conclui que a diferença de religiões não impede o processo de diálogo, aproximação e respeito. “A convivência fraterna não significa que você esteja professando a mesma fé, mas que você respeita a fé do outro. E isso não nos impede de cultivar o diálogo e aproximação com respeito mútuo.”, expôs.
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