No dia 16 de janeiro de 2014, a Lavagem do Bonfim terá uma caminhada católica que vai anteceder o cortejo das baianas. Saindo da Conceição da Praia, os devotos vão andar cerca de 8km até a chegada na Colina Sagrada do Senhor do Bonfim, em Salvador.
O ritual batizado de "Caminhada Lavagem de Corpo e Alma" será realizado a partir das 8h do dia 16, segundo explica o padre Edson Menezes, da Basílica de Nosso Senhor do Bonfim. "Nossa presença é para valorizar a Lavagem", afirma o religioso. "A Igreja do Bonfim é um espaço democrático que tem espaço para todo mundo. Lá todos se sentem irmãos", completa.
Para quem quiser participar da caminhada, um kit com camisa, boné e água benta é vendido na Igreja do Bonfim e custa R$ 30. O dinheiro arrecadado será destinado a alguns projetos sociais da paróquia.
Animados por uma bandinha, os fiéis carregarão, ao longo do percurso, faixas, cartazes e tabuletas com frases que expressam o desejo de paz, defesa da vida e da dignidade da pessoa humana, clamando por justiça contra a intolerância religiosa, bem como pedindo o combate à violência.Segundo informações da Arquidiocese de Salvador, a Lavagem de Corpo e Alma tem como objetivo resgatar a dimensão da piedade popular e penitencial da caminhada até a Igreja do Bonfim.
A Lavagem do Bonfim é comemorada na segunda quinta-feira após o Dia de Reis, que é comemorado pelos católicos no dia 6 de janeiro.
História
Tradição mantida há mais de dois séculos, a Lavagem do Bonfim é marcada pela forte presença do sincretismo religioso entre o catolicismo e o candomblé. Devotos do Senhor Bom Jesus do Bonfim e Oxalá se reúnem para festejar, prestar homenagens e pagar promessas no cortejo em direção à Colina Sagrada. Além do contexto religioso, a Lavagem do Bonfim também é caracterizada pela grande festa que acompanha e circunda o trajeto de fé.
Segundo relatos históricos, a lavagem começou a partir dos moradores da região que tinham o objetivo de lavar a igreja para deixá-la pronta para a Festa do Bonfim, realizada pelo catolicismo no segundo domingo após o Dia de Reis.
A “faxina” do templo religioso acontecia três dias antes da festa, numa quinta-feira. A chegada até à colina sagrada era marcada por muita dança durante o cortejo, o que provocou a proibição da lavagem da igreja, em 1889, pelo arcebispo da Bahia Dom Luís Antônio dos Santos.
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