O Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso enviou uma mensagem, nesta sexta-feira, 18 de julho, aos muçulmanos do mundo inteiro por ocasião do fim da Festa do Ramadã.
"Para nós é uma grande alegria dirigir-lhes as nossas felicitações e votos pela celebração do «Id al-Fitr», que encerra o mês do Ramadã, dedicado ao jejum, à oração e ajuda aos pobres. No ano passado, o Papa Francisco assinou a mensagem por ocasião desta festa e no Angelus de 11 de agosto de 2013, os saudou como nossos irmãos", destaca o documento assinado pelo Presidente do Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso, Cardeal Jean-Louis Tauran.
"Reconhecemos o significado forte dessas palavras. De fato, cristãos e muçulmanos são irmãos e irmãs da única família humana, criada pelo único Deus. Recordamos o que disse o Papa João Paulo II a alguns líderes religiosos muçulmanos em 1982: 'Todos nós, cristãos e muçulmanos vivemos sob o sol de um único Deus misericordioso. Cremos num só Deus, Criador do homem. Aclamamos a senhoria de Deus e defendemos a dignidade do homem, enquanto servo de Deus. Adoramos a Deus e somos totalmente submetidos a Ele. Nesse sentido, podemos nos chamar de irmãos e irmãs na fé num só Deus'", sublinha ainda a mensagem.
"Damos graças ao Altíssimo por tudo o que temos em comum, mesmo conscientes de nossas diferenças. Vemos a importância da promoção de um diálogo frutuoso baseado no mútuo respeito e amizade. Inspirados pelos valores que partilhamos e reforçados pelos nossos sentimentos de fraternidade, somos chamados a trabalhar juntos pela justiça, paz, respeito pelos direitos e pela dignidade humana. Sentimo-nos particularmente responsáveis pelos necessitados: os pobres, doentes, órfãos, migrantes, as vítimas do tráfico de pessoas e por todos aqueles que sofrem por causa de toda forma de dependência", ressalta a nota.
Segundo o documento do Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso, "o mundo atual deve enfrentar grandes desafios que exigem a solidariedade das pessoas de boa vontade. Estes desafios incluem as ameaças ao meio ambiente, a crise econômica global e os elevados níveis de desemprego especialmente entre os jovens. Essas situações criam um sentido de vulnerabilidade e falta de esperança no futuro. Não devemos nos esquecer dos problemas enfrentados por muitas famílias que foram separadas, deixando seus entes queridos muitas vezes crianças pequenas. Trabalhamos juntos para construir pontes de paz e promover a reconciliação especialmente nas áreas em que muçulmanos e cristãos sofrem juntos os horrores da guerra". "Possa a nossa amizade nos inspirar cada vez mais a colaborar a fim de enfrentar estes desafios com sabedoria e prudência. Desta maneira, ajudaremos a reduzir as tensões e os conflitos, fazendo progredir o bem comum. Mostraremos também que as religiões podem ser fontes de harmonia em benefício de toda a sociedade. Rezamos para que a reconciliação, a justiça, a paz e o desenvolvimento permaneçam em nossas prioridades, para o bem-estar e o bem de toda a família humana", conclui a mensagem do organismo vaticano.
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