Depois de 13 anos guardada no Abrigo Dom Pedro II, na Boa Viagem, a urna relicária da Beata Lindalva Justo de Oliveira foi trasladada para a capela do Instituto Nossa Senhora da Salette, nos Barris, na manhã deste domingo (6).
A cerimônia de transferência começou com uma missa celebrada no abrigo pelo Arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil, Dom Murilo Krieger, acompanhado de padres de diversas igrejas da capital baiana, de religiosas, de centenas de fiéis e devotos baianos da Beata e também vindos de caravanas de Pernambuco, de Assú (Rio Grande do Norte), onde nasceu Lindalva, e de outras cidades do Brasil.
"Lindalva trilhou um belo caminho de caridade por onde passou. Ela continuará sendo uma evangelizadora, pois nos deixou um exemplo de fé a ser seguido. Assim como em vida, Lindalva vai continuar acolhendo com carinho os irmãos e intercedendo por eles junto a Jesus", disse Dom Murilo durante a missa.
Logo após a celebração eucarística o traslado seguiu no carro do Corpo de Bombeiros, acompanhado de uma carreata com cerca de 100 veículos, para o espaço construído especialmente para abrigar os restos mortais da Beata martirizada na Sexta-Feira Santa de 1993.
O caminho da Beata Lindalva
Lindalva nasceu no Sítio Malhada da Areia, em Assú, no Rio Grande do Norte. No entanto, viveu seu noviciado em Recife, Pernambuco. A partir de 1986 passou a frequentar o movimento vocacional das Filhas da Caridade, iniciando sua vida religiosa.
No final de 1987 pediu ingresso na congregação.
No dia 29 de janeiro de 1991 foi transferida para o abrigo Dom Pedro II, local que acolhe idosos pobres, em Salvador. Lá sofreu assédio de um dos internos, Augusto da Silva Peixoto, que, diante da resistência da irmã, comprou uma faca peixeira e em plena Sexta-Feira Santa, durante o café da manhã do dia 9 de abril de 1993, a golpeou com 44 facadas até a morte. O acontecimento foi associado à Sexta-Feira da Paixão e considerado como martírio em prol do serviço e do amor a Deus.
Fotos e texto por Anna Carolina Lima
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