A Capela e seu altar-mor foram sagrados em 24 de junho de 1923, dia em que há 169 anos, fora a imagem do prodigioso Senhor entronizada em sua Capela. Assim também, a Devoção tomava parte nas festas eucarísticas com que a Arquidiocese, com tanto brilhantismo, faz compartilhar a Igreja baiana nas festas do 1º centenário do 2 de julho. Nesta data memorável para a Devoção, a sagração se deu através do arcebispo de Olinda, D. Miguel de Lima Valverde, baiano, nascido na cidade de Santo Amaro da Purificação, substituindo o Primaz D. Jerônimo Thomé da Silva, que, no mesmo dia e hora, concluía a sagração da Catedral de Salvador. Este cerimonial era apataroso e longo, tendo iniciado às sete horas da manhã, só a uma e meia da tarde findou. Foram pois, seis horas e meia de cerimônia religiosa. Naquela celebração foram afixadas, na forma litúrgica, doze cruzes, representando os doze apóstolos, e afora essas, mais duas, fronteiras uma a outra, nas ombreiras da porta principal. Todas estas cruzes são bentas e ungidas pelo bispo celebrante. As cruzes que figuram na Basílica são de mármore branco, oferecidas pelo seu fervoroso devoto Cel. Francisco Amado da Silva Bahia, que por 17 anos seguidos foi Juiz da Devoção do mesmo Senhor.
A antiga mesa do altar-mor foi substituída naquela oportunidade por uma de granito escuro, com veios róseos e azulados, extraído da "Pedreira Varginha", na margem esquerda do rio Paraguassu, perto de S. Félix, oferecido pelo comendador Bernardo Martins Catarino e sua esposa D. Úrsula da Costa Martins Catarino.
Tal procedimento se deu por exigências litúrgicas, inclusive para se colocar as relíquias de santos mártires, conforme tradição; no altar estão encerradas relíquias de São Natal, São Querino e São Honorato.
Texto extraído do livro "A Devoção do Senhor Bom Jesus do Bonfim", do Dr. José Eduardo Freire de Carvalho Filho.
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